As Calorias não são todas iguais!!
Se é daquelas pessoas que passa o dia a contar as calorias que ingere, então este post é para si!
O que é uma caloria?
As temidas calorias são a energia que o alimento fornece ao organismo quando este é digerido. Essa energia contida neles vem dos macronutrientes (hidratos de carbono, proteínas, gorduras) e o álcool etílico, contido nas bebidas alcoólicas. Os micronutrientes que são os sais minerais e as vitaminas, não são fontes de energia.
Elas distribuem-se da seguinte forma:
* Hidratos de carbono: 4 kcal por grama
* Proteínas: 4 kcal por grama
* Álcool: 7 kcal por grama.
* Gorduras: 9 kcal por grama
Num plano alimentar, com o objetivo de emagrecer, é muito recorrente o método de contagem de calorias. A perda de peso ocorre quando o balanço energético negativo é conseguido. Ou seja, quando se gastam mais calorias do que aquelas que são consumidas.
Um estudo recente, publicado na Obesity Review, juntou uma equipa de 22 investigadores e olhou a fundo para a questão. Concluíram que é preciso olhar mais além: para a fonte e não para o número. Ou seja, ingerir 100 calorias de bolachas e 100 calorias de fruta está claro que não será a mesma coisa. Um queque e uma tigela de sopa têm as mesmas calorias e os nutrientes não são de todo os mesmos. As calorias não são todas iguais!
A contagem de calorias pode restringir o objetivo, quando o essencial está na constituição de cada alimento e naquilo que dá ao funcionamento do nosso corpo.
É certo que o excesso de calorias ingeridas versus gasto energético aumenta o risco de acumulação de gordura, obesidade e doenças cardiovasculares. No entanto, mais do que o número de calorias, vários componentes ou padrões podem promover a obesidade e doenças cardiovasculares por mecanismos adicionais que não são mediados apenas pelo conteúdo calórico.
O excesso de açúcares refinados, refrigerantes, gordura trans, podem potenciar este risco. Como temos vindo a defender, o efeito inflamatório deste tipo de alimentos, propicia não só aumento de peso, massa gorda e volume, como também aumenta o risco de desenvolver uma série de patologias associadas.
Ou seja, podemos consumir o mesmo número de calorias ao ingerir um refrigerante açúcarado ou um iogurte, mas as calorias do refrigerante vão aumentar o risco de algumas doenças, enquanto que as do iogurte vão fazer o efeito oposto e reduzir os riscos.
O mesmo se aplica para alimentos com a mesma quantidade de gorduras. Se ingerirmos a mesma quantidade de gordura em sementes de chia e nozes (gordura poliinsaturada) e bolachas (gordura trans) não é a mesma coisa. A primeira reduz o risco de doenças, a segunda aumenta.
Além disso, quando vamos buscar calorias a alimentos proteicos, como é o caso da clara de ovo, carnes, peixes por exemplo, estas dificilmente são utilizadas pelo organismo para produção imediata de energia. Daí o efeito termogénico das mesmas. Enquanto que a mesma quantidade de calorias provenientes de hidratos, promove, num curto espaço de tempo, a utilização desta fonte sob energia para o nosso organismo. Quando não a utilizamos, é acumulada sob a forma de gordura.. Não têm outra função que mereça relevância além da energia!
Menos calorias pode não ser igual a dieta saudável
Nem sempre comer menos resulta na perda de gordura. Muitas das vezes só desacelera o metabolismo. Já foi o tempo em que para emagrecer os nutricionistas se focavam na quantidade de calorias a ser consumida por dia.
O ideal é haver uma reeducação alimentar, aprender a comer melhor, principalmente alimentos nutritivos e que proporcionem maior saciedade e mais vitalidade e saúde:
* Excluir alimentos processados, ou mesmo os light e optar pelos alimentos na sua forma mais natural.
* Excluir hidratos de carbono de alta e média carga glicémica como biscoitos, salgadinhos, doces, adoçantes, alimentos industrializados de forma geral.
* Excluir bebidas alcoólicas (calorias vazias).
* Aumentar o consumo de proteína- garante-lhe mais saciedade.
* Aumentar o consumo de gordura mono a polinsaturada- azeite, peixes gordos como o salmão, atum, cavala, sardinha (nesta época); sementes de chia, linhaça ou mesmo os frutos oleoginosos ( nozes, amêndoas, cajus).
* Ter uma ingestão regular de fruta e legumes da época.